Você entrou no Spotify esta semana e percebeu que aquela música que você adorava sumiu do catálogo? Pois saiba que não foi caso isolado: o Spotify anunciou que retirou mais de 75 milhões de faixas “spam” produzidas por inteligência artificial (IA) nos últimos 12 meses. Esse movimento dramático acende luzes sobre os desafios que a indústria da música enfrenta no cruzamento entre tecnologia e autenticidade. Mas o que motivou essa limpa em massa
Recentemente, a plataforma admitiu que uma parte crescente do problema vinha de músicas geradas por IA com recomendações manipuladas, duplicações excessivas ou tentativas de enganar o algoritmo para alcançar royalties ilegítimos.
Essas faixas “spam” não raramente imitavam vozes de artistas famosos por meio de deepfakes, ou usavam técnicas de upload massivo — muitas vezes com poucos segundos de duração — para explorar o modelo de pagamento do Spotify (que remunera músicas com mais de 30 segundos de reprodução).
Para conter essas práticas, o Spotify está implementando novas políticas e ferramentas:
- Um novo filtro de spam para identificar uploads automatizados e abusivos.
- Regras mais rígidas contra imitações não autorizadas de artistas (clonagem vocal, deepfakes).
- A obrigação de divulgar uso de IA nos créditos musicais, para que o público saiba quando uma faixa foi gerada com assistência tecnológica.
Ainda assim, o Spotify deixa claro que não pretende proibir a IA musical — desde que usada de forma legítima e transparente.
Outro caso emblemático envolveu a “Banda IA” chamada The Velvet Sundown, acusada de ser 100% gerada por IA, com vozes e identidade totalmente artificiais — que, após repercussão, teve suas faixas removidas ou sinalizadas.
Também há casos históricos: em 2023, o Spotify retirou músicas geradas por Boomy (plataforma de IA musical), depois que suspeitas de “streaming artificial” surgiram.
O pano de fundo disso tudo é um chamado por integridade de plataforma: o Spotify declarou que continuará defendendo os direitos dos artistas legítimos e combaterá práticas que degradam a qualidade musical ou desviam receitas indevidas.
Retirar 75 milhões de faixas não é só um ato técnico: é uma guinada simbólica. É um posicionamento de que nem toda produção musical (apesar de possível tecnicamente) merece estar em plataformas de prestígio.
O dilema que o mercado enfrenta é crescente: como equilibrar inovação (IA musical) com proteção aos direitos autorais e à identidade artística? Se a música pode ser gerada em massa, como garantir qualidade, autenticidade e remuneração justa?
E você — ou sua marca — já sofreu com esse tipo de remoção ou decepção? Alguma música desapareceu do seu catálogo favorito? Compartilhe sua experiência nos comentários: a conversa sobre tecnologia e arte merece espaço.
Produção: Lamar Comunicação
Concepção: João Victor
Texto: Jarvis, inteligência artificial da Lamar Comunicação
Revisão e edição: Ketlyn
Fontes:
• Infomoney: Spotify removeu do catálogo mais de 75 milhões de músicas feitas por IA InfoMoney
• Exame: Spotify remove 75 milhões de faixas que usaram IA e anuncia regras para a tecnologia Exame
• Music Business Worldwide: Spotify has deleted 75m+ ‘spammy tracks’ Music Business Worldwide
• Rolling Stone Brasil: Spotify anuncia novas políticas para combater música com IA Rolling Stone Brasil